domingo, 15 de agosto de 2010

"Estratégia de campanha de Serra deu ‘100%’ errado"

Vale a pena ler essa análise feita por Por Fábio Pozzebom/ABr. Confira:
Todos os planos que José Serra traçara para sucessão de 2010 deram errado. Em consequência, o presidenciável tucano chega à fase do horário eleitoral gratuito, último estágio da campanha, em situação de absoluta desvantagem.

No pior cenário esboçado pelo tucanato, previa-se que Serra iria à propaganda de televisão empatado nas pesquisas com Dilma Rousseff. Deu-se algo mais dramático.

Todos os institutos acomodam Serra atrás de sua principal antagonista. No Datafolha, o fosso é de oito pontos. Vai abaixo um inventário dos equívocos que distanciaram a prancheta do comitê de Serra dos fatos:

1. Chapa puro-sangue: Serra estava convicto de que Aécio Neves aceitaria compor com ele uma chapa só de tucanos. Em privado, dizia que as negativas de Aécio não sobreviveriam a abril. Aceitaria a vice quando deixasse o governo de Minas. Erro.

2. PMDB: O tucanato tentou atrair o PMDB para a coligação de Serra. Nos subterrâneos, chegou-se a levar à mesa a posição de vice. Desde o início, a chance de acordo era vista como remota. Mas o PSDB fizera uma aposta: dividido, o PMDB não entregaria o seu tempo de TV a Dilma. Equívoco.

3. Ciro Gomes: O QG de Serra achava que Ciro levaria sua candidatura presidencial às últimas consequências. Numa fase em que Serra ainda frequentava as pesquisas com dianteira de cerca de 30 pontos, o tucanato idealizou um cenário de sonho.

Candidato, Ciro polarizaria com Dilma a disputa pelo segundo lugar, dividindo o eleitorado simpático ao governo. Mais um malogro.

4. Marina Silva: Serra empenhou-se para pôr de pé, no Rio, a aliança de seus apoiadores (PSDB, DEM e PPS) com o PV de Fernando Gabeira. Imaginou-se que, tonificado, Gabeira iria à disputa pelo governo fluminense com chances de êxito. E o palanque dele roubaria votos de Dilma para Serra e Marina.

Deu chabu. Empurrado por Lula, Cabral é, hoje, candidato a um triunfo de primeiro turno. A vantagem de Dilma cresce no Estado. E Marina subtrai votos de Serra.

5. Sul e Sudeste: O miolo da tática de Serra consistia em abrir boa frente sobre Dilma nessas duas regiões. Sob reserva, Luiz Gonzales, o marqueteiro de Serra, dizia: O Nordeste é importante, mas nossas cidadelas são o Sul e o Sudeste.

Acrescentava: Não podemos perder de muito Nordeste. E temos de ganhar muito bem no Sul e Sudeste. As duas premissas fizeram água. Ampliou-se a vantagem de Dilma no Nordeste. E ela já prevalece sobre Serra também no Sudeste.

Há 20 dias, Serra batia Dilma em São Paulo e era batido por ela no Rio. Em Minas, a situação era de equilíbrio. Hoje, informa o Datafolha, a vantagem de Dilma (41%) ampliou-se em dez pontos no Rio. Serra (25%) enxerga Marina (15%) no retrovisor.

Em Minas, Dilma saltou de 35% para 41%. E Serra deslizou de 38% para 34%. Em São Paulo, o tucano ainda lidera, mas sua vantagem sofreu uma erosão de sete pontos. Resta, por ora, a “cidadela” do Sul, insuficiente para compensar o Nordeste. Pior: Dilma fareja os calcanhares de Serra também nesse pedaço do mapa.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a vantagem de Serra caiu, em 20 dias, de 12 pontos para oito. No Paraná, encurtou-se de 15 pontos para sete.

6. Plebiscito: Lula urdira uma eleição baseada na comparação do governo dele com a era FHC. Serra e seu time de marketing deram de ombros. Como antídoto, decidiram promover um confronto de biografias: a de Serra contra a de Dilma.

Entre todos os equívocos, esse talvez tenha sido o mais crasso. Ignorou-se uma evidência. Do alto de sua popularidade lunar, Lula tornou-se o eixo da campanha. Tudo gira ao redor dele.

Lula transferiu votos para Dilma em proporção nunca antes vista na história desse país.

7. Debates e entrevistas: Em sua penúltima aposta, o grão-tucanato previra que Serra, por experiente, daria um baile em Dilma nos confrontos diretos. Não deu.

Reza a cartilha dos marqueteiros que, nesse tipo de embate, o candidato que vai bem não ganha votos. Porém, o contendor que dá vexame sujeita-se à perda de eleitores. Para o PSDB, o vexame de Dilma era certo como o nascer do Sol a cada manhã.

No primeiro debate, promovido pela TV Bandeirantes, o escorregão não veio. Na entrevista ao “Jornal Nacional”, também não. Serra houve-se bem nos dois eventos. Porém, ao esquivar-se do desastre, Dilma como que ombrou-se com ele.

8. Propaganda eletrônica: Começa nesta terça (17) a publicidade eleitoral no rádio e na TV. O comitê tucano vai à sua última aposta. No vídeo, insistir na exposição da biografia do candidato. Serra será vendido como gestor experiente.

Vai-se esgrimir a tese de que Serra –ex-secretário de Estado, ex-deputado, ex-senador, ministros duas vezes, ex-prefeito e ex-governador— está mais apto do que Dilma para continuar o que Lula fez de bom e avançar no que resta por fazer.

Até aqui, o discurso não colou. Na propaganda adversária, o próprio Lula se encarregará de dizer que a herdeira dele é Dilma, não Serra. A julgar pelas pesquisas, o eleitor parece mais propenso a dar crédito ao dono do testamento.

domingo, 1 de agosto de 2010

Quem vai ganhar? Serra ou Dilma?

Interessante o que Marcia Denser do Congresso em Foco diz em sua análise sobre as chances de Serra e Dilma nesta campanha e de suas atuações. Leia abaixo:

“Serra personifica a chamada direita perversa e burra, a direita alucinada que acredita piamente se manter indefinidamente no poder sem fazer a mínima concessão às questões sociais e direitos humanos”

Ao que tudo indica – e todas as pesquisas apontam nesta direção – Dilma deve ganhar a disputa presidencial, até porque agora seu maior aliado eleitoral já não é o presidente Lula, mas o próprio candidato José Serra, cuja imagem e atitude truculentas por si mesmas têm sido mais do que suficientes para afugentar o eleitor, sem contar as gestões neoliberalíssimas de apoio exclusivo ao capital, tornando-o o maior responsável pelo franco declínio de sua campanha.

Serra personifica a chamada direita perversa e burra, a direita alucinada que acredita piamente se manter indefinidamente no poder sem fazer a mínima concessão às questões sociais e direitos humanos – ao lado humano mais que humano do ser humano que precisa trabalhar, comer, morar, respirar & outras coisas de somenos. E mais: promovendo a exclusão e eliminando literalmente qualquer oposição. Porque essa direita declarou guerra ao ser humano. Serra, que encarna esta direita, reduz sua campanha a um “duelo de competências”. Esquecendo-se que presidente não é gerente, país não é supermercado e população não se demite. Exclui. Apaga. Deleta.

Na pesquisa Datafolha, divulgada em 26/7, que coincide com o Vox Populi precisamente nas declarações espontâneas de voto, imunes às distorções de abordagem e amostragem, vemos que Dilma lidera, como segue: - Datafolha, espontânea (na sua opinião, quem vai ganhar as eleições para presidente da república em outubro?): Dilma 21% X Serra 16% (diferença de cinco pontos); - Vox Populi, espontânea: Dilma 28% X Serra 21% (diferença de sete pontos). Nas respostas espontâneas colhidas pelo Datafolha, 4% ainda declaram voto em Lula e outros 4% mencionam ‘no candidato do Lula’ e ‘no candidato do PT’. Um universo de 8 pontos que deve transitar majoritariamente para a candidatura Dilma, graças à maior exposição da ex-ministra ao lado de Lula na propaganda eleitoral gratuita. Pois, como vimos, em questões de imagem, Serra perde feio.

A gota d’água foi o vice. Em São Paulo se ouve por toda parte: “No Serra, eu não voto. Deus me livre, já imaginou se o sujeito pifa e esse Índio vira presidente do Brasil?”. O fato é que, ao acolher como vice o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), inexperiente, inexpressivo, um ilustríssimo desconhecido para o resto do país, parece que Serra esqueceu completamente o eleitor.

Por quê? Entre outras razões, porque, no Brasil, a possibilidade do vice-presidente assumir o mandato presidencial não é algo remoto, mas um evento perfeitamente possível de ocorrer e a qualquer momento, pois nossa memória política recente ainda registra que Sarney, vice de Tancredo, foi presidente durante cinco anos, de 1985 a 1990, e Itamar Franco, vice de Collor, arriado do poder em 1992, exerceu o mandato até 1995. Sem entrar no mérito de um ou outro, constata-se apenas o fato. Sem contar que o próprio Serra, campeão de alpinismo eleitoral, não costuma terminar mandatos para os quais é eleito, nem jurando de pé junto e registrando em cartório. Se a questão é competência para governar o Brasil, referido vice teria alguma?
Serra não é exatamente o pós-lula, é um retro-FHC. Ou Zé Pedágio, como é chamado “carinhosamente pelos” paulistas. E agora já não estamos mais nos referindo à imagem mas à sua peculiar competência – que ele pretende estender para todo o país e por um bom tempo.

Sob as gestões do PSDB de Serra, Sampa ganha um novo pedágio a cada 40 dias.Desde o início da privatização das rodovias de São Paulo, em 1998, foram instalados 112 pedágios nas estradas paulistas, estado que já tem mais pedágios do que todo o resto do Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, são 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais no território paulista, contra 113 no restante do país. Em resumo, fica mais barato viajar para outro estado do que dentro do próprio. Cruzar de automóvel os 404 km entre a capital paulista e Curitiba, PR, custa R$ 9 em tarifas, mas para cobrir a mesma distância até, digamos,Catanduva, paga-se R$ 46,70.

No entanto, tocar publicamente neste assunto já custou o emprego de dois conhecidos jornalistas da TV Cultura, Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli, quando no Roda-Viva questionaram Serra sobre os pedágios abusivos cobrados nas rodovias privatizadas de Sampa.

Mas essa privatização generalizada da vida (por que não terceirizar a primeira missa, nos dias úteis?) me lembra um refinado monólogo escrito por Roberto Schwarz (1) na primeira pessoa dum futuro dono de pinguela, com pedágio para pedestres, do qual extraio alguns trechos : “Há coisa mais poética do que um casal que compra uma ponte?... Que raiva me dá quando vejo as pessoas respirando de graça! Retrocesso não é comigo, vou me defender da inadimplência dos despossuídos. Não sei se quero a pinguela (o pedágio), que vai me dar uma porcaria por não sei quanto tempo, o qual tratarei de prolongar ao máximo, à bala ou como for possível, depois do que não fico no país nem um minuto mais!.”

sábado, 31 de julho de 2010

IBOPE: Dilma na frente de Serra

Na pesquisa IBOPE encomendada pela Rede Globo e o jornal O Estado de S. Paulo, Dilma aparece 5 pontos a frente de Serra. Já Marina ainda permanece muito atrás dos dois principais candidatos. Numa simulação de 2º turno Dilma ganha de 46% a 40%. do tucano. Veja abaixo o quadro para o 1º turno:

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Largada p/ a disputa eleitoral 2010 no Pará

Foi dada a largada para a disputa eleitoral aqui no Pará... e pelo que dá para perceber, a Ana Júlia está com mais disposição que os demais candidatos ao governo do Estado. Os passos dados pela candidata petista tá sendo mais notado do que do seu principal adversário, Jatene. Espero que toda essa andança aqui na Região Metropolitana possa reverter o que os números estão dizendo em termos de rejeição.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sairá hoje mais uma pesquisa de voto para presidente

Sairá hoje mais uma pesquisa Vox Populli para presidente. Vamos aguardar. Espero que Dilma esteja bem a frente do tucano... e se não estiver não tem problema, quando começar a campanha na TV e rádio, os brasileiros poderão escolher melhor o candidato ou candidata que julga ser melhor.

Combate à pobreza nos governos Itamar, FHC e Lula

Esse gráfico diz tudo. Sem comparação.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Canção da JRD: "Semente da Revolução"

Para @s companheir@s que ainda não conhecem, vai aí novamente a primeira canção da Juventude Revolucionária Democrática, composta em fevereiro de 2009 no período do Fórum Social Mundial de Belém:

Semente da Revolução
(Diego, Clédson, Michel, Creuza, Rose, J. Batista e Jr Xavier)
2 x
Sou da JRD
Somos do PT
Sou PT pra valer
Vem nos Conhecer
Buscamos uma sociedade
justa, igualitária
Somos democráticos
Juventude revolucionária
2x
Sou da JRD
Somos do PT
Sou PT pra valer
Vem nos Conhecer
Somos filhos de trabalhadores
à favor da educação
Lutamos contra o capitalismo
e qualquer forma de opressão
4x
Sou da JRD
Somos do PT
Sou PT pra valer
Vem nos Conhecer
Vem nos conhecer
Vem nos conhecer!

domingo, 13 de junho de 2010

O que Edir Veigas comenta sobre as chances de Ana Júlia

Leia o que o cientista político Edir Veigas diz a respeito da campanha de Ana Júlia para este ano:

2010: Ana caminha para quebrar isolamento inicial

A chegada de Anivaldo com o PR, a iminente aliança com o PTB e o PDT deverão dar a musculatura municpal mínima para a recandidatura Ana.Ana terá máquinas municipais, estadual e federal. As máquinas municipais, independente da popularidade do prefeito, que geralmente é baixa, não deve ser secundarizada. A máquina por sí só jamais tem menos do que 20% dos votos municpais.
Ana só precisa agora de Ana, ou seja, Ana precisa ser desqueimada por uma eficiente política antiferruginosa. Ana precisa de intenções de votos nos grandes centros urbanos, principalmente na região metropolitana.Pela estrutura sócio-econômica de nosso estado, pela presença de 75% dos eleitores no interior, Ana, hoje, mesmo sem intenção de votos competitivos, deverá iniciar a corrida em segundo. Mas com 30 dias de campanha, a situação deverá mudar. O Porkbarrel comandará a decisão de voto nas periferias dos grandes centros urbanos e no interior. Mas o PMDB deverá decidir esta disputa, mais uma vez.
Ou seja, contra todas as pesquisas, inclusive a que estamos fazendo no laboratório de política da UFPA, ainda acredito que as máquinas administrativas, orçamentárias e de obras e serviços deixarão Ana como bastante competitiva tanto no primeiro como no segundo turno.
Aqui estou apostando muito mais nas características estruturais da decisão do voto, como evidenciado em minha tese de doutorado, do que nas pesquisas conjunturais de intenções de voto, que se realizam neste momento.
É ver para crer.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pesquisa IBOPE para o Governo do Pará - II

Coloco abaixo os vários cenários de 1º turno traçados na mais recente pesquisa do IBOPE encomendada pelo DEM do Estado do Pará. A pesquisa apresenta um problema que é o fato de ainda aparecer o nome do depuado Jader. E todos já sabem que quem vai concorrer representando o PMDB é Domingos Juvenil. Confira:














Pesquisa IBOPE para o Governo do Pará - I

Saiu ontem a nova pesquisa IBOPE para a disputa do governo do Estado do Pará. Confira primeiramente a avaliação da forma de Ana Júlia Administar e depois a Avaliação da Administração da Governadora Ana Júlia.



O que dá pra notar é que melhorou a avaliação do ano passado pra cá. Isso certamente é reflexo de uma melhor divulgação das obras do governo no Pará.

sábado, 5 de junho de 2010

Vice da Ana Júlia será Anivaldo Vale do PR

Segundo saiu no Blog do Vic Pires Franco, Anivaldo Vale do partido da República (PR) será o vice na chapa liderada pela petista Ana Júlia.
Acredito, que em se confirmando essa informação, o PTB também deverá em breve fechar acordo com o PT para o 1º turno das eleições.
A aliança com esses dois partidos (PR e PTB) dariam à Ana Júlia maior tranquilidade para enfrentar a eleição. Esse fato beneficia o PT, uma vez que se fosse tentar negociar apoio no 2º turno teria que esmerar-se muito mais, já que haverá vários outros partidos querendo a mesma coisa.
Sem esse apoio do PR as coisas se tornariam muito mais difíceis. Tal aliança evita algo perigoso: o fortalecimento ainda maior do PMDB no caso do PR fechar acordo com Juvenil, que se passa para o 2º turno receberia com toda certeza apoio do PSDB, caso o PT fosse o outro partido a conquistar essa vaga da disputa.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

PT do Pará conversa com o DEM

Saiu nos blogs paraenses ligados à política a notícia de um possível acordo entre PT e DEM.
Isto surgiu depois de noticiarem a respeito de uma futura conversa marcada entre Vic Pires Franco e o chefe da Casa Civil Everaldinho... por essa ninguém esperava... imagina só a Valéria junto com a Ana no mesmo palco. Isso parecia totalmente improvável. Vou falar uma coisa... tem muito petista que não vai se sentir bem com isso...
A pergunta: como conciliar programaticamente e ideologicamente as propostas dos dois partidos? Quem vai ceder?
Tá valendo tudo... ou quase tudo. Tem alguns problemas em aceitar todo tipo de coligação e apoio assim como também em não aceitar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Juvenil é o candidato PMDB ao Governo do Estado do Pará

E o PMDB vai de Juvenil. Isso mesmo. Juvenil será o cara do PMDB que tentará ir para o segundo turno e disputar o Governo do estado. Cá pra nós... parece jogada ensaiada... O PMDB disse que com certeza seria Jader... mas foi blefe, não quiseram arriscar-se.´
Acredito que com essa configuração de candidatos, deve passar ao segundo turno a Ana e o Jatene.
Não vejo o PMDB muito empenhado em carregar Juvenil até o segundo turno. Se estivessem com tanta confiança que ganhariam o governo, ou que queriam de fato o que dizem, teriam lançado seu maior líder político, o Barbalhão mesmo... mas, não foi dessa vez.
Assim, ao meu ver, cresce a possibilidade de um apoio à Ana, caso Juvenil fique ainda no primeiro turno.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Resultado da reunião do PMDB/Pa

A reunião que os prefeitos do PMDB fizeram ontem com o intuito de tomarem decisões a respeito das eleições no Pará foram no rumo de uma aliança com o PT se não no primeiro turno, no segundo provavelmente. A possibilidade de coligarem ou apoiarem o PSDB está cada vez mais remota, especialmente agora no cenário que aponta Dilma como a favorita.
Mas não está batido o martelo, parce que essa decisão final somente ocorrerá no último prazo, pois depende mais uma vez das decisões de Jader.
Enquanto isso, Ana começa a se encontrar no seu governo e a experimentar melhoras de avaliação. E nisso o PMDB está de olho...

terça-feira, 25 de maio de 2010

PMDB e PT juntos no Pará. Será?

Parece que toda aquela "porrada" que o PMDB vem dando no PT aqui no Pará está com os dias contados. Pelo que li em alguns blogs está ficando claro pra Jader que resta, ainda que contra a vontade, se aliar à Ana Júlia. Isso porque a candidatura de Jader estaria ameçada pelo fato de ter que arcar uma estrutura pesada para a disputa ao governo do estado.
Todo esse dinheiro ele não tem. E seria uma aventura pra Jader lutar sabendo, e tendo acerteza que a Ana vai pra o segundo turno, pois está na máquina. Os peemedebistas sabem, também, que está havendo uma diminuição na rejeição à governadora, especialmente agora que o governo resolveu reagir e divulgar melhor o que está fazendo.
Um outro detalhe que deverá pesar para que o PMDB desista desse embate aqui no Pará contra o PT é a conjuntura nacional que aponta Dilma como favorita na disputa presidencial, lembrando que o vice é Michel Temer, também do PMDB.
Então ficaria sem sentido, uma disputa desse tipo (isso talvez no pensamento do chefe do PMDB no Pará, pois é muito arriscado). Havemos de imaginar que Jader não está nem um pouquinho inclinado a coligar com o PSDB de Jatene e Almir, que tem a seu favor apenas 13 prefeituras.
Dessa forma, vamos esperar um pouco mais pra ver se essa análise está correta. Acredito que vai ficar assim: Ana Júlia (governadora), Alguém do PMDB (vice), Paulo Rocha e Jader (senado);

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Blog da JRD: novo visual

Hoje, inauguramos um novo visual do Blog da JRD. Gostaria que todos pudessem divulgar mais e participar dando opiniões, escrevendo, comentando e passando informações. Obrigado, galera!

sábado, 22 de maio de 2010

Datafolha: Dilma sobe e empata com Serra em 37%

Interessante a análise que Josias de Souza faz a respeito da última pesquisa Datafolha, vale a pena conferir:

No 2º turno, a petista tem 46%, contra 45% do tucano

Saiu do forno a última pesquisa do instituto Datafolha. Está apinhada de boas e de más notícias.

As boas, para Dilma Rousseff e Lula. As más, para José Serra e a oposição. Vai abaixo um resumo:

1. Comparando-se a nova pesquisa com a sondagem anterior, divulgada em abril, Dilma escalou sete pontos percentuais. Foi de 30% para 37%.

2. Nesse intervalo de um mês para o outro, Serra declinou cinco pontos percentuais. Tinha 42%. Desceu para 37%.

3. Ou seja, os candidatos estão, pela primeira vez no Datafolha,
empatados. Ambos amealham 37%.

4. A despeito da igualdade, a pesquisa traz em suas dobras dados que conferem a Dilma, aos olhos de hoje, a aparência de favorita.

5. Na sondagem espontânea, quando os entrevistados se manifestam sem que os pesquisadores exponham uma lista de nomes, Dilma bate Serra: 19% X 14%.

6. Resgatando-se os dados do baú, verifica-se que Dilma, nessa sondagem espontânea, tomou o elevador e embica para o alto.

7. Ela tinha 8% das intenções de voto em dezembro de 2009. Em abril, fora a 13%. Agora, amealha 19%.

8. A sondagem espontânea é ainda mais reveladora: 5% dizem que vão votar em Lula, que não é candidato...

...Outros 3% afirmam que votarão “no candidato do Lula”; e 1% declaram que vão votar “no PT” ou “no candidato do PT”.

9. É lícito intuir que, na espontânea, Dilma tende a agregar aos seus 19% mais 9%. Com os votos de Lula, os do “candidato do Lula” e os do PT, Dilma iria a 28%.

10. Outro dado que favorece Dilma é a taxa de rejeição. Em abril, 24% dos pesquisados diziam que jamais votariam nela. O índice caiu para 20%.

11. Em movimento inverso ao de sua rival, Serra era rejeitado por 24% em abril e agora 27% dos pesquisados dizem que não votam nele de jeito nenhum.

12. O quatro de empate se mantém no cenário de segundo turno, com ligeira vantagem numérica para Dilma. Ela, 46%. Ele, 45%.

13. Marina Silva, a terceira colocada, manteve em maio o índice que ostentara em abril: 12%.

14. O quadro se mantém praticamente inalterado no cenário em que os presidenciáveis nanicos são incluídos na consulta.

15. Com os nanicos, Dilma e Serra empatam em 36%. Marina oscila para baixo: 10%.

16. O Datafolha aferiu também a popularidade de Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva. Em abril, recuara para 73%. Agora, volta a 76%, o recorde de Lula.

17. Afora os que o consideram “ótimo ou bom”, há os 19% que atribuem a Lula a menção “regular”. Só 5% o consideram “ruim ou péssimo”.

18. Desde o fim da ditadura, é coisa nunca antes vista na história desse país. A maior marca de Fernando Collor foi de 36%. O ápice de FHC foi 47%.

19. Assim, a três semanas das convenções que oficializarão as candidaturas, em junho, Dilma alcançou Serra...

...E, carregada pelo superpadrinho, a petista que jamais disputou eleições vai à campanha mais bem-posta que o rival, em sua segunda disputa presidencial.

20. A estrela do jogo não é Dilma. Tampouco Serra é o centro-avante. Para desassossego do time da oposição e júbilo da "ex-poste", o dono da bola e do campo é Lula.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pesquisa para o Governo do Pará: 3 candidatos empatados!

Pará - Ana Júlia empata com Jader e Jatene

Renata Lo Prete:

Pesquisa encomendada pelo PT nacional dá 27% de intenção de voto à petista Ana Júlia, que busca se reeleger governadora do Pará. Jader Barbalho (PMDB) registra 23%, e Simão Jatene (PSDB), 22%.

Nas simulações de segundo turno, Ana Júlia empata, dentro da margem de erro de 2,5 pontos percentuais, tanto com Jader (41% ela, 40% ele) como com Jatene (41% a 38%). O PT quer demonstrar a viabilidade eleitoral da governadora na tentativa de convencer o peemedebista a sair e apoiá-la.
Na Folha de São Paulo

Fotos da festa do PT no seu encontro estadual

Veja mais fotos da festa do Encontro Estadual do Partido dos Trabalhadores o qual aprovou ontem, dia 20 de maio, no Hangar, seus pré candidatos/as ao governo do Pará, senado, deputado/a estadual e federal. (fotos de Liza Soane, da equipe do blog da Ana Júlia).



























quinta-feira, 20 de maio de 2010

PT consagra: Ana Júlia e Paulo Rocha candidatos ao governo e senado

Por aclamação, o PT consagrou Ana Júlia Carepa como candidata ao governo do Pará e o companheiro Paulo Rocha, senador. Eles serão os candidatos majoritários do PT, ficando a vice e a segunda vaga de senador para negociação na base aliada.
Coletiva à imprensa, que encerrou há uma hora.
O povo lota todo o Hangar. É a festa petista no dia que o PT escolhe, por unanimidade, a candidata ao governo e ao senado.
E a animação do grupo de samba de raiz... Todos os candidatos e candidatos à Câmara federal e à Assembleia Legislativa foram apresentados à militância e referendados no Encontro Estadual do PT, que é o mais imortante fórum de decisão partidária. A convenção legaliza as candidaturas, mas a que vale pro PT, é a decisão do Encontro. (Fotos Liza Soane e Lidiane Martins).




Carta da JPT para o Programa de Juventude a ser defendido na campanha da Ana Júlia

Carta da Juventude do PT para a Reeleição da Governadora
A sustentabilidade na Amazônia requer um projeto de desenvolvimento capaz de alavancar uma política para a juventude na região. São jovens nas cidades, no campo, nas águas e nas florestas. São jovens homens e mulheres, urbanos do centro e da periferia, negros, quilombolas, indígenas, agricultores familiares, assentados da reforma agrária, ribeirinhos, pescadores, entre tantas outras diversidades.

A população amazônica, considerando-se os estados da Região Norte do país, é predominantemente infanto-juvenil, considerando-se que 61,5% estão situadas na faixa etária de 0 a 29 anos, segundo dados da PNAD 2007 (IBGE). No Pará são mais de dois milhões de jovens, correspondendo a 29,5% do contingente populacional. É expressiva ainda a presença de jovens que se mantém no meio rural amazônico, equivalente a 27%, enquanto que no Brasil tais índices são de 16%.

A juventude é central e estratégica para o desenvolvimento do Pará porque corresponde a um terço (30%) da população do estado, sendo transversal as múltiplas formas de opressão, de etnia, gênero, trabalho, renda, saúde, educação etc. podendo ser o ponto de partida para a superação ou reprodução da atual condição social paraense. Adensada ao fato de 60% da nossa população é infanto-juvenil, e considerando que é nessa faixa que se começa a construir de fato uma identidade juvenil a partir do referencial encontrado no modelo de sociedade existente. No Pará a juventude é mais estratégica do que no restante do país para o desenvolvimento. Precisamos de uma política geral voltada a ela, portanto, para quando as crianças de hoje se tornarem jovens, depararem-se com outro padrão de possibilidades.

A juventude no Pará precisa ser compreendida no contexto da complexa sociobiodiversidade que marca a região, na dinâmica urbana e rural que exige políticas diferenciadas e inter-complementares.

O Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ), criado no Brasil em 2003 para medir as condições de vida dos jovens e mundialmente lançado pela UNESCO/ONU, é revelador das assimetrias regionais historicamente tecidas no país, em que as condições de vida dos jovens, considerando-se os indicadores de educação, saúde e renda, se colocam entre os piores do país, tendo se agravado em alguns estados entre 2003 e 2007.

Dados do IDJ revelaram que em 2003 nenhum estado da Região Norte estava situado entre os dez melhores índices do país, estando todos esses concentrados no centro-sul do Brasil.

Estudiosos da questão da juventude na América Latina e no Brasil são afirmativos de que toda estratégia de desenvolvimento requer uma política de juventude, que garanta direitos e oportunidades para o exercício da cidadania, sendo um imperativo a implementação e fortalecimento de políticas públicas para a realização da condição juvenil com dignidade no campo e na cidade.

O neoliberalismo que campeou no país pela aliança demo-tucana implicou na minimização do papel do Estado frente às políticas públicas, conduzindo ao agravamento de problemas econômicos e sociais que afetaram os jovens de forma acentuada.

No Pará os 12 anos de PSDB representaram prejuízos incalculáveis nos direitos da juventude de viver com dignidade. Os demo-tucanos desmontaram os sistemas públicos de educação, saúde e assistência social; não fizeram concursos públicos, defasaram os salários dos professores e servidores em mais de 60%; acabaram com o convênio nas escolas públicas; impuseram uma política privatista para o ensino superior, precarizaram exponencialmente o sistema público de saúde; não realizaram nenhuma política social significativa; não se preocuparam em induzir o desenvolvimento do Pará e nem em gerar trabalho, emprego e renda; conduzindo ao agravamento de problemas sociais que atingem diretamente a juventude como o desemprego, a violência e a falto de perpectivas, colocando o Pará na triste posição de 4º pior estado para a juventude morar, segundo a UNESCO.

Superar as assimetrias regionais e promover o desenvolvimento referenciado na justiça social, desenvolvimento sustentável e solidário, exige reformas estruturantes no Brasil em múltiplas dimensões, a exemplo de Reformas como a Política, Educacional, Urbana, Agrária, Tributária, do Sistema Financeiro, da Infraestrutura e do desenvolvimento tecnológico e científico, da Comunicação Social, além da promoção de Políticas de igualdade e reparação.


Com a eleição do presidente Lula e da governadora Ana Júlia, muitos avanços foram registrados no sentido do Estado reconhecer a importância estratégica da juventude para o desenvolvimento, promover a institucionalização das políticas públicas de juventude e implantar programas e projetos que referenciaram o Brasil e o Pará no contexto das políticas públicas de juventude. Como avanços do governo Lula e do governo Ana Júlia, citamos: o reuni, o PROUNI, o Projovem, PRONERA, Centros Técnicos Profissionalizantes, Políticas de ações afirmativas, MOVA, avanço na área da Cultura e Educação, Meia-passagem Intermunicipal, Navega Pará, Bolsa Trabalho e Casa da Juventude. Para fortalecer essas políticas que defendemos a reeleição da nossa governa e propomos 13 pontos para o programa de juventude do governo:

  1. Garantia de acesso e permanência com sucesso de jovens em todos os níveis de ensino da educação básica e superior; Expansão e interiorização da rede pública estadual técnica e tecnológica de educação e formação profissional; Ampliação e interiorização da UEPA; Reestruturação curricular da educação básica e superior, referenciada numa matriz de educação para a sustentabilidade;
  2. Democratizar o acesso à UEPA através do fortalecimento de políticas afirmativas que garantam o ingresso por meio de cotas raciais para jovens negros e indígenas, e cotas sociais para jovens egresso da rede pública de ensino; cotas para portadores de deficiência física; e a permanência desses através da implementação de uma política de assistência estudantil;
  3. Investir em educação e ciência para formar uma geração que produza conhecimento e tecnologia na região, que promova o desenvolvimento com sustentabilidade e inclusão social;
  4. Institucionalização de políticas que assegurem o ingresso de jovens no mundo do trabalho e geração de renda; promover e articular uma rede de empreendimentos juvenis referenciados na economia solidária e popular; considerando-se especificidades juvenis como as jovens em situação de gravidez precoce.
  5. Fortalecer e ampliar os programas de elevação de escolaridade e qualificação profissional, como o PROJOVEM e o Bolsa Trabalho, criando mecanismos para os jovens egressos continuarem os estudos e entrarem no mundo do trabalho;
  6. Criar políticas públicas para a juventude do campo e da floresta que promovam a educação no campo referenciada na metodologia da alternância, assegurar qualificação profissional, acesso a terra e financiamento da agricultura familiar para produzir e viver no campo com dignidade e qualidade de vida;
  7. Implementação de políticas de financiamento e de assistência estudantil que garantam a permanência na escola e universidades de jovens do campo e da cidade e evite a pressão pela antecipação do ingresso no mundo do trabalho;
  8. Implementação e fortalecimento de políticas de cultura, esporte e lazer para jovens do campo e da cidade; expandindo e interiorizando equipamentos públicos como as praças da juventude; estimulando a produção cultural e artística juvenil que valorizem a identidade e o pertencimento.
  9. Proteção social e garantia dos direitos humanos aos jovens, criando mecanismo de enfrentamento das situações de violência e exploração sexual, tráfico humano; Promoção de políticas que assegurem a reinserção sócio-produtiva de jovens egressos do sistema penal.
  10. Implementação de políticas específicas de saúde para juventude, que enfrentem problemas como a drogatização, DSTs/AIDS e gravidez não-planejada;
  11. Fazer um levantamento e manter atualizado os indicadores de juventude no Pará, através do IDESP, subsidiando as ações do Estado no planejamento das PPJs;
  12. Atualização da Política Estadual de Juventude a ser implementada no Pará, sintonizada com os desafios e a sustentabilidade amazônica; promovendo a articulação das PPJ em todas as esferas do poder público – federal, estadual e municipal; estimulando e apoiando a institucionalização de políticas de juventude nos municípios;
  13. Promover e apoiar a institucionalização das políticas públicas de juventude de forma articulada, com autonomia orçamentária e condições de integrar as ações do governo no segmento, fortalecendo a participação popular e o controle social juvenil.



    Executiva Estadual de Juventude do PT

Ganzer realiza encontro estadual do seu mandato.

Ontem (19/05/2010) o deputado estadual Valdir Ganzer, candidato a reeleição, realizou encontro estadual do seu mandato no Sagrada Família.

O encontro foi um sucesso e serviu para que os apoiadores da candidatura Ganzer trocasse informações e impressões de como está a conjuntura eleitoral para este ano, incluindo a disputa para o governo do estado e para o governo federal. E logicamente discutiu-se estratégias de camapanha para os vários municípios ali presentes.

Foi uma boa aquecida no debate. Bom, também, rever pessoas que há muito não víamos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Bernadete defende AGE e Ganzer aponta divulgação de relatórios incompletos

Postado por Edir Gillet - Secom
O deputado Valdir Ganzer (PT), ex-secretário de Transporte do Pará, negou que tenha ocorrido duplicidade de pagamento nas obras da rodovia PA 150, nesta terça-feira (18), durante sessão na Assembleia Legislativa do Estado. "Tenho provas que entregarei à Mesa Diretora desta Casa. Não creio que tenha havido má fé, mas, nos documentos enviados pela AGE não veio a defesa da Secretaria, que, inclusive, foi acatada pela AGE. É por isso que eu acho precipitado, açodado, o uso que estão fazendo destes documentos. Peço que a Mesa Diretora (da Alepa) solicite da Setran toda a documentação relativa às obras da PA-150, que comprovam que não houve obra nem pagamento no trecho Redenção/Xinguara", afirmou Ganzer.

A líder do PT, deputada Bernadete ten Caten, pediu um voto de louvor ao governo do estado por ter fortalecido a Auditoria Geral: "A AGE existia, mas não funcionava a contento, no governo anterior. Hoje ela trabalha com agilidade. Os relatórios só existem porque a AGE foi fortalecida. O governo demonstra para a sociedade que não compactua com o mal uso dos recursos públicos. Prova disso, foi a exoneração de 72 servidores públicos que não tiveram responsabilidade com a coisa pública. Mas quero ressaltar que existem os servidores probos. Os documentos que chegaram aqui são sigilosos e ainda não foram concluídos", observou ela.

O líder do PSDB, José Megale, disse que "tenho certeza que quando a AGE fez as auditorias, no momento em que fez, havia irregularidades e algumas foram sanadas, outras não, se os relatórios não estão concluídos, que mandem (a AGE) os relatórios. Bira Barbosa, também do PSDB, parabenizou o deputado Ganzer.:"Quero parabenizá-lo pela forma como fez a sua defesa e é isso que esperamos do governo".

Em entrevista à imprensa, Ganzer disse que está analisando medidas que poderá tomar contra quem está divulgando injúrias contra ele. O deputado confirmou que, quando assumiu a secretaria, em 2007, encontrou a licitação de obras na PA-150, no trecho da rotatória de Barcarena até Redenção. Segundo ele, o governo anterior revogou essa licitação no dia 28 de dezembro de 2006, mas houve recurso da empresa que iria realizar a obra, a Delta. "Ao assumir, vi que, para chegar a Marabá, levávamos 12 horas e a obra era importante. Acatei o recurso da empresa e realizamos a obra no trecho da rotatória, em Barcarena até Eldorado do Carajás. Portanto, não houve obra no trecho Xinguara/Redenção, como está no relatório da AGE. Se não houve obra, não teve pagamento", afirmou Ganzer.

O deputado disse também que toda a obra foi estaqueada. "Fincamos estacas do marco zero da rotatória até Eldorado, no total de 28.150 estacas, o que comprova a execução da obra e o valor pago por ele. Vou pediu ao presidente da Assembleia (deputado Domingos Juvenil), que solicite à Secretaria de Transporte toda a documentação para provar que esta denuncia que está sendo feita é falsa", afirmou Ganzer.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Juventude no trabalho de base em Belterra

O PT de Belterra-Pa está avançando na formação de seus militantes políticos. Após participar de um curso básico no qual estuda os conteúdos introdutórios para a formação política, os militantes saem à campo para a retomada do trabalho de base nas comunidades. Foram estabelecidas 20 localidades prioritárias para serem trabalhadas, além de seguimentos e categorias profissionais.
Um dos destaques do trabalho iniciado em Belterra está no seguimento da juventude que se organizou em duplas, trios e quartetos e estão à todo vapor conhecendo a realidade social, econômica e política das comunidade de Pindobal, Porto Novo e Aramanaí. inclusive da realidade da juventude belterrense. O próximo passo dependerá do resultado do diagnóstico, porém em todas comunidades já é possível iniciar o trabalho social e de formação com a juventude local.
No total são cerca de 25 jovens que assumiram o compromisso de atuarem nas comunidade por um período mínimo de três anos e contribuirem para o desenvolvimento social, econômico e político das localidades escolhidas.
Algumas fotinhos da Retomada do trabalho de base em Belterra.
Chegando na comunidade e esperando a canoa para a travessia.
Emprestamos uma canoa para chegar à outra margem do Igarapé.
Vida estressante da juventude ao fazer o trabalho.
Juventude sendo bem recebida pela presidente da comunidade.Bate-papo com a juvenude para a criação do grupo de jovens.

Parabéns, Monica Almeida pelo comercial!

Ficou legal o comercial da Vivo que aparece a nossa grande companheira Mônica Almeida. É a nossa garota propaganda! Parabéns, Mônica! Valeu!

domingo, 2 de maio de 2010

Encontro Estadual da JPT do dia 24 de Abril

A direção estadual da JPT do Pará está de parabéns pelo grande encontro realizado no dia 24 de abril (sábado). A juventude petista elaborou um documento contemplando 13 pontos a serem anexados ao programa de governo do Partido dos Trabalhadores na campanha eleitoral que se avizinha.

Acredito que o ato de recebimento da "Carta da Juventude do PT para a Reeleição da Governadora" deverá ser considerado na elaboração de qualquer PPJ e, se possível, ampliado! Este documento de fato aponta a direção da política de juventude que deverá seguir o PT, ou o próximo governo que ganhar.

Quero dar os devidos parabéns à Secretaria Estadual de Juventude do PT, em especial à figura do Cássio Nogueira que está fazendo a melhor gestão que já houve aqui por essas bandas...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ana Júlia destaca investimentos em balanço de governo

Ana Júlia destaca investimentos em balanço de governo
A governadora Ana Júlia Carepa disse, nesta terça-feira (5), que seu governo "não só dá o peixe, mas ensina a pescar". A governadora fez um balanço de seus três anos de governo durante entrevista exclusiva concedida ao jornal da manhã da Rádio Cultura FM nesta terça-feira, 5. Ela falou sobre emprego, saúde, educação, segurança, inclusão digital e investimentos em infra-estrutura que chegam como um presente para Belém.

Emprego - O programa Bolsa Trabalho - que já qualificou mais de 37 mil jovens para o mercado - "já empregou 15 mil jovens com carteira assinada. Apóia mais de 600 jovens empreendedores. Em dezempro passado, entregamos mais 7 mil cartões do Bolsa Trabalho só na RMB e até este semestre mais mil serão entregues no restante do estado", informou a governadora.Até ó final deste ano, mais 8.500 estarão inseridos no programa Pro Jovem Urbano, em parceria com o governo federal, que já ajudou 8.500 jovens até 29 anos a concluírem o ensino fundamental profissionalizante e se prepararem para o emprego, informou.Segundo o Dieese, de junho para cá, mais de 12 mil empregos formais foram gerados, acumulando saldo positivo em todos os meses, devendo chegar a 25 mil empregos este ano. "Isso demonstra o resultado dos nossos investimentos, pois, 2009 foi um ano difícil, de crise, mas que nos superamos com investimentos como o Ação Metrópole. Nós estamos destravando o Pará", disse a governadora.Somente com o investimento da Vale na siderúrgica de Marabá, projeto que alcança a tão esperada verticalização da produção mineral do estado, devem ser gerados 15 mil empregos diretos e indiretos, sendo 1,5 deles só na construção da obra.

Inclusão digital - A governadora também falou sobre o Navegapará, programa que utiliza mais de 2 mil quilômetros de rede de fibra ótica para leva internet de banda larga para vários municípios do estado, através de 70 infocentros e 16 cidades digitais (áreas de livre acesso à internet que utilizam o sinal do Navegapará).Foram inaugurados infocentros em Santarém, Marabá e em várias muitas outras cidades, como em Itaituba, onde existem cinco infocentros, um deles numa aldeia indígena, o primeiro do país. Às vésperas do aniversário de 394 anos de Belém, a governadora anunciou que ela vai se tornar a mais nova cidade digital do Estado, com cinco grandes pontos de acesso livre à internet e 26 infocentros, sendo 8 deles até fevereiro. "Teremos pontos de acesso livre no Benguí, na Praça da Jaú, na Sacramenta, em Incoaraci, e do Ver-o-Rio até a Estação das Docas", anunciou.

Infraestrutura - "Não é uma tarefa fácil, deixar de ser um mero exportador de matéria-prima bruta para ser um estado industrializado, agregando valor a essa matéria-prima", disse Ana Júlia ao falar sobre investimentos para a mudança do modelo de desenvolvimento econômico do estado.Para fomentar o desenvolvimento industrial, o principal é desenvolver a pesquisa, por isso o governo criou ainda no primeiro ano, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa). "Investimos em pesquisa e criamos bolsas junto com a Universidade Federal do Pará para criar as condições necessárias para que as empresas possam ocupar os Parques Tecnológicos, que vão funcionar como grande incubadoras de empresas", explicou a governadora.

Meio Ambiente - A governadora disse que o desenvolvimento do estado deve ser sustentável, principalmente se quiser vislumbrar o mercado do futuro. "Num estado que quem ainda 70% de suas florestas conservadas não existe mais a possibilidade de ter um desenvolvimento que não seja sustentável", afirmou.O projeto 1 Bilhão de árvores foi ressaltado pela sua importância ambiental. "Não se trata apenas de não desmatar mas de recuperar áreas degradas, o que é muito importante porque enquanto outros países e estados estão desmatando e poluindo nos estamos seqüestrando o carbono da atmosfera", disse ela."Fizemos o cadastro ambiental, criamos o plano de combate ao desmatamento com uma meta de reduzir em 80% o desmatamento, a regularização fundiária. Graças a isso, hoje nós podemos ter um desenvolvimento sustentável dentro da legalidade, com segurança jurídica para as empresas que querem investir dentro da lei", acrescentou.

Habitação - Com o projeto Minha Casa, Minha Vida o governo possibilitou que mais de 7 mil empreendimentos habitacionais fossem aprovados a preços subsidiados. Até 10 de janeiro serão 10 mil aprovados.Além do programa Minha Casa, Minha Vida, a governadora ressaltou obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tem entregue milhares de habitações novas. "Entregamos 360 casas em Santa Izabel, 130 em Icoaraci, 25 no Tenoné. Só o residencial Liberdade terá mais 2 mil habitações", listou.

Saúde -Já são quatro hospitais regionais em funcionamento (Santarém, Marabá, Redenção e Altamira) e ainda este ano entram em funcionamento mais um regional em Breves e um hospital geral em Tailândia.Dois pronto-socorros serão inaugurados em Abaetetuba e Ipixuna do Pará. "Com atendimento inclusive de média e alta complexidade nos estamos desafogando o fluxo de doentes para a capital. Quando eu assumi, por exemplo, só existia hemodiálise em Belém e hoje existe hemodiálise em quatro lugares diferentes do estado", disse ela.A governadora citou o programa Rios de Saúde, que leva ações e serviços a população ribeirinha e já atendeu 70 mil pessoas, a criação de unidade de cuidados intermediários e de UTIs em Abaetetuba, Parauapebas e Icoaraci.

Educação - Quando assumiu o governo, Ana Júlia Carepa disse que encontrou mais de mil, das 1,2 mil escolas estaduais, "caindo sobre a cabeça de alunos e professores". Em três anos, o governo reformou 650 dessas escolas. E mais 12 novas escolas estão sendo entregues este ano só em Belém e Ananindeua. Além das reformas, o estado qualificou mais de 25 mil profissionais do quadro de educação e garantiu 290 mil vagas na rede estadual.
Concursos - O atual governo foi o que mais abriu vagas em concursos públicos na história do Pará. Foram 30 mil concursados. Somente na Secretaria de Educação, 18 mil novos servidores foram empossados.

Segurança - Do total de concursados, 1,5 mil foram policiais. Este ano, depois da capacitação, mais 2,2 mil novos policiais militares devem engrossar o contingente estadual. "Ficamos 10 anos sem concursos para policiais",destacou Ana Júlia.O governo ainda entregou 1.100 novas viaturas, entre carros, motos e lanchas. Comprou coletes a prova de bala e outros equipamentos. A governadora respondeu ainda perguntas dos ouvintes da rádio e disse que confia que os deputados vão aprovar o empréstimo de R$ 360 milhões que o governo pleiteia junto ao BNDES para recuperação ambiental e construção de estradas, que só depende da aprovação da Assembléia Legislativa.
Elielton Amador - Secom

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Entrevista da Governadora Ana Júlia ao blog A Perereca da Vizinha

Reproduzo aqui entrevista da Governadora Ana Júlia Carepa concedida ao Blog A Perereca da Vizinha postado no dia 30 dezembro de 2009. Essa, foi para mim, a melhor entrevista da Ana nesse ano de 2010. Parabenizo, inclusive a blogueira e jornalista Ana Célia Pinheiro e peço-lhe licença para postar neste Blog.

A seguir, os principais trechos da entrevista:
Como é que a senhora avalia esses três anos de governo?


Ana Júlia: Quero dizer que neste momento estou feliz porque, depois de três anos de governo, podemos colher os frutos da mudança. E as mudanças, no nosso estado, precisavam ser estruturantes. Quando você fala em mudar, é reconstruir o Estado, em todas as suas áreas. Antes, quem governou este estado por mais de uma década, governou com a concepção do Estado mínimo. E nós entendemos que o papel do Estado, além de atender às questões básicas da população, é também o de fomentar o desenvolvimento – a geração de emprego, a distribuição de renda. A crise mundial comprovou que essa tese está correta. Se não tivesse instrumentos públicos para fomentar a economia privada, o Brasil teria sofrido muito mais na crise econômica. Pudemos passar mais rápido por ela porque temos um Estado forte, uma presença forte de bancos públicos, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES. Então, no Pará, essa mudança exige tempo, porque a utilização dos recursos naturais para gerar emprego e renda não se faz da noite pro dia. É a reconstrução daquilo que foi literalmente abandonado. E não porque alguém resolveu dizer: “ah, vamos abandonar a saúde, a educação, a segurança pública porque não temos recursos para isso”. Mas porque era a defesa do ideário político de um Estado mínimo.


Mas os tucanos alegam que pegaram o estado sucateado e que o reconstruíram e estruturaram para o desenvolvimento econômico: estradas, energia elétrica. Dizem que avançaram em vários aspectos, inclusive acabando com o “aluno-jacaré”. Não foi esse o cenário que a senhora encontrou?


Ana Júlia: Não. Podemos dizer o seguinte: teve a Alça Viária; é uma obra nova e não posso negar que é importante. Agora, para quem passou doze anos, passou dez anos sem fazer concurso para a Polícia Militar? Encontrei a segurança pública completamente sucateada; encontrei as escolas sucateadas. Não estou fazendo uma pequena reforma em mais de mil escolas – e já reformamos 650. Estou é fazendo uma reconstrução, porque as escolas têm de ser equipadas. Tenho de mudar o mobiliário, recuperar o telhado, construir laboratório, quadras esportivas, ligar na internet. Então, que reconstrução é essa? Reconstrução quem está fazendo sou eu! Só em termos de viaturas para a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros já adquirimos mais de 1.100, entre carros, motos e lanchas.


Mas dá para recuperar o tempo perdido na segurança pela falta de concursos e de investimentos?


Ana Júlia: Nós estamos recuperando isso. As pessoas entendem que a violência é um fenômeno nacional, e até mundial. Mas as pessoas também percebem que está havendo um combate maior à violência, uma defesa da segurança pública, seja na ampliação do efetivo, seja em relação às viaturas e equipamentos. Quando eu assumi, havia, na Seccional do Comércio, apenas um colete à prova de balas para quatro policiais: tinha que tirar no palitinho para ver quem é que ia pra rua com um colete à prova de balas. E, detalhe: muitos dos coletes existentes naquela época estavam com a validade vencida. Hoje, o policial tem o colete, o armamento, a munição. É uma situação completamente diferente. No início deste ano, entreguei uniformes para os bombeiros, que, há dez anos, não recebiam nem uniformes, nem capacetes. Foi essa a realidade que encontrei. Então, na verdade, tinha um governo de propaganda – era muita propaganda.


Mas o PT também não faz muita propaganda? Os gastos do governo também não são expressivos?


Ana Júlia: Pelo contrário: são ínfimos. E muito menos do que o necessário, porque você precisa prestar contas à sociedade, para ela saber o que está sendo feito. Acho até que falamos muito pouco para a sociedade sobre o que estamos fazendo. Agora é que estamos ajustando essa situação, para a população saber as tantas obras que temos feito. É reconstrução na segurança pública, na saúde, na educação. E não só de reconstruir as escolas, mas, de levar internet, capacitar educadores. Já temos 25 mil educadores que participaram de cursos, desde o início do nosso governo.

Mas isso dá voto?Ana Júlia:


Não estou preocupada... Não posso ser uma governante... No dia seguinte à minha eleição, eu disse que não faria um governo “melhorzinho”, mas, um governo de transformação. Então, não posso me guiar pela única lógica da eleição. Tenho de me guiar pela lógica de que estou transformando o estado, cuidando das pessoas. É claro que se compreendo que grande parte da sociedade acha que esse é o melhor projeto, que ele está no rumo certo, quero que ele continue; que as mudanças continuem acontecendo. Mas não tenho dúvida de que questões como essas mudam, sim, a vida das pessoas.


A senhora não acha que essa pulverização das obras e a falta de obras grandes para “vender” ao eleitor colocam em risco a sua reeleição?


Ana Júlia: Não, porque as pessoas entendem que as nossas maiores obras são... Vou inaugurar amanhã uma estrada de doze quilômetros, um estádio de futebol, que não é o Mangueirão. Vou entregar uma moto e uma viatura de polícia. Mas o povo da cidade está tão feliz, que a obra maior que a gente inaugura é o sorriso das pessoas. A gente colhe sorrisos, a alegria das pessoas quando elas recebem um benefício. A minha maior alegria é ver, por exemplo, um jovem beneficiado pelo programa Bolsa Trabalho, através do qual 15 mil jovens já conquistaram emprego com carteira assinada. Essa é a nossa maior obra! A nossa maior obra é os 8.500 jovens que recebem o Pró-Jovem urbano, em 20 municípios do Pará. E nós combinamos isso a grandes obras, sim. Por exemplo, destravamos o Pará em relação a questões em que o Estado não se preparou, como a questão ambiental e agrária. Destravamos o Pará em relação a obras que há 19 anos estavam entravadas, como essas do “Ação Metrópole” – que são necessárias para o trânsito da Região Metropolitana de Belém e que sou eu que estou transformando em realidade. Antes de ser governadora, fui ao presidente Lula e à ministra Dilma Rousseff para conseguir realizar um sonho do povo paraense. Somos a maior província mineral do mundo, mas o nosso minério é exportado de forma primária; no máximo, semi-elaborado. E, para que possamos verticalizar o minério, trazer uma siderúrgica grandiosa para cá, precisamos contar, sim, com o apoio do presidente Lula e da ministra Dilma. Então, destravamos obras como as eclusas de Tucuruí, a BR-163 (Santarém-Cuiabá), a pavimentação da Transamazônica, a Hidrovia Araguaia-Tocantins, a ampliação do porto de Vila do Conde, o porto de Marabá, que é um convênio de mais de R$ 70 milhões e que está na fase de elaboração do projeto executivo. Isso é uma obra estruturante que vai gerar milhares de empregos.


Pois é, mas é aí que se fala: vários desses projetos – eclusas, BR-163 – são recursos federais. Cadê, então, o dinheiro do estado do Pará para investimento?


Ana Júlia: Olha, deixa eu te dizer: primeiro, me sinto muito feliz, uma governadora muito competente, pelo fato de estar trazendo obras importantíssimas para o estado, que estavam, há muito tempo, paralisadas e que agora estão acontecendo. Então, precisou ter competência e peso político para trazer essas obras. Segundo: só em Marabá, temos mais de R$ 50 milhões, entre a desapropriação da área e todas as etapas do Distrito Industrial; a contrapartida do porto de Marabá, que é alta, além da própria desapropriação da área do porto; os recursos para a revitalização do Distrito Industrial, que são mais de R$ 13 milhões. Portanto, é um governo que, além de investir com recursos próprios, tem a capacidade de buscar recursos federais. E veja: várias das obras que os meus adversários propagandeiam, também não são do Governo do Estado - são federais. O aeroporto, por exemplo, é recurso federal, é recurso da Infraero. Então, pelo contrário: nós estamos investindo mais do Tesouro Estadual, em todas as áreas. E, ao mesmo tempo, estamos tendo a competência de atrair investimentos federais para o nosso estado. Isso é mudança estruturante. Conseguimos uma solução para o embargo da carne do Pará, que só foi possível por causa do papel do Governo do Estado. Quando o Ministério Público indicou que não se comprasse a carne do Pará, fizemos mais de uma dezena de reuniões com ele. Agora, graças a quê? Já tínhamos mandado para a Assembléia Legislativa, desde 2007, o projeto de regularização fundiária. Já tínhamos feito, em 2008, o cadastro ambiental rural. Já havíamos lançado o plano de proteção à floresta, com a meta de redução de 80% do desmatamento ilegal até 2020. Já tínhamos feito o Zoneamento Econômico-Ecológico da região Oeste e já íamos iniciar as audiências públicas, que agora já foram todas as feitas, para o Zoneamento Econômico-Ecológico da borda Leste.


Muitas dessas iniciativas não vêm ainda dos tempos dos tucanos, como é o caso do Zoneamento Econômico-Ecológico?


Ana Júlia: Se montou o macro Zoneamento Econômico-Ecológico. Veja bem: só posso alterar a reserva legal, que hoje é de 80% em toda a Amazônia, depois que fizermos o Zoneamento Econômico-Ecológico na escala de 1 para 250 mil. É isso que o Governo do Estado está fazendo. Contamos com o apoio do Governo Federal? É claro. O presidente Lula assinou um decreto que permitiu esse zoneamento na escala de 1 para 250 mil, que é uma escala mais detalhada, que permite que a reserva legal seja alterada, nas áreas já desmatadas, de 80% para 50%, que é o que vai ocorrer em quase toda a borda Leste do estado, porque é uma área que já foi quase toda desmatada, mas que vai ter recuperação de reserva legal. Então, essa questão pode ter começado com o macro-zoneamento. Mas, o que terá efeito prático, inclusive para a vida do cidadão, é isso que estamos fazendo. E outra coisa: cadê a regularização fundiária? Cadê o cadastro ambiental rural? Cadê a regularização ambiental? Hoje, o mundo inteiro questiona como é que cada sapato, cada roupa, cada alimento é produzido. O mundo quer saber se isso é feito de forma sustentável, principalmente num estado da Amazônia.


Essa redução da reserva legal de 80% para 50% não vai na contramão do mundo?


Ana Júlia: Essas áreas não têm nem 50% de reserva. Então, pelo contrário: as pessoas vão é recuperar a reserva legal, elas vão plantar. O decreto que assinamos diz de que forma as pessoas podem recuperar a reserva. Queremos fomentar que elas façam isso e ganhem dinheiro ao mesmo tempo. E quando você refloresta, com qualquer que seja a espécie, você está seqüestrando carbono da atmosfera - é uma forma eficiente de contribuir para o clima do planeta. Então, isso é mudança estruturante. Se hoje estamos podendo vender a nossa carne e até ampliamos a exportação para a Venezuela, é porque fizemos o dever de casa. E também porque o Governo do Estado é mais do que um governo que reconstrói as políticas públicas: é um governo que fomenta a economia do nosso estado; que ajuda os produtores privados a inclusive ampliar os seus empreendimentos. E como? Fortalecendo essa relação com a Venezuela. Antes se achava que isso não era necessário, que isso não é papel do Estado. Eu compreendo que isso é, sim, papel do Estado - não vou substituir o produtor! Eu apenas estou ajudando a que esses produtores tenham uma melhor relação. A gente ajuda nas exportações e também vamos importar produtos que não temos aqui. Por exemplo: precisamos de fertilizantes, que não temos aqui, mas, temos na Venezuela. Então, só estou colocando pra você que isso é mudança estruturante. Vou entregar agora em janeiro, no mês de aniversário de Belém, 26 infocentros – só em Belém. Vou disponibilizar cinco áreas públicas com sinal livre de internet em Belém.


Quantas pessoas serão atingidas por esses infocentros?


Ana Júlia: Milhares. E em vários bairros. Entregaremos 26 infocentros no Tapanã, Icoaraci, Coqueiro, Condor, Val de Cans, Sideral, Outeiro, Benguí, Reduto, Cremação, Pedreira, Curió-Utinga, Barreiro, Marco, Telégrafo, Terra Firme, Tucunduba, Marambaia. E vou anunciar mais oito infocentros, ainda no primeiro semestre, para o Tapanã, Campina, Cremação, Guamá, Mangueirão, Telégrafo e Jurunas.


Cada infocentro desses tem capacidade para atender quantas pessoas?Ana Júlia: Mais ou menos 500. E veja que serão 34 infocentros ao todo. Isso sem contar que vou colocar a Orla de Icoaraci, a praça do Benguí, a praça do Jaú, na Sacramenta, o Ver o Rio e a Estação das Docas com sinal livre de internet. Você vai chegar lá com o seu celular e vai poder acessar a internet. Então, na verdade, vou atingir todo mundo. O que queremos é levar a oportunidade que o acesso à internet pode causar na vida das pessoas. Já temos, hoje, 16 cidades digitais – e já estou contando Belém. São 16 cidades que já têm áreas públicas livres de internet: Santarém, Altamira, Itaituba, Marabá, Santa Maria, Rurópolis. Santarém, por exemplo, vai ser a primeira cidade completamente digital - ainda em 2010, vou abranger toda a área urbana de Santarém. Já temos, hoje, mais de 500 escolas interligadas à internet. E vamos ter mais ainda no ano que vem. Isso tudo é mudança estruturante.


Mas, concretamente, o que é que a internet muda na vida de uma pessoa que está morrendo de fome, num estado em que há milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza?


Ana Júlia: Para o cidadão que está morrendo de fome temos mais do que o sinal da internet – temos uma série de políticas públicas. Temos o Bolsa Trabalho, o Pró-Jovem urbano. Temos, agora, R$ 40 milhões que conseguimos o programa de inclusão produtiva. São mais de 11 mil famílias – e a grande maioria recebe bolsa família – que terão, durante três anos, apoio para se capacitar e se organizar em cooperativas e associações. Esse recurso também vai servir para a aquisição de equipamentos ou insumos necessários a essas cadeias produtivas.
Vamos trabalhar as pessoas que já atuam na cadeia produtiva da pesca, a população de baixa renda; as que catam caranguejo, inclusive atendendo às exigências do Ministério Público e da Vigilância Sanitária; as pessoas que atuam na colheita do açaí; aquelas que atuam na coleta e na reciclagem de lixo. E, com certeza, ao final desse tempo essas pessoas não precisarão do Bolsa Família. Então, a internet lhe dá uma série de possibilidades de informação e de acesso a serviços públicos. Teremos, pela primeira vez, um infocentro em uma aldeia indígena – eu inaugurei em Itaituba. E mais: vai chegar ensino médio, em 2010, pela primeira vez na história do Pará, para as aldeias indígenas – só havia o fundamental. Quer dizer: isso é mudança estruturante, isso é mudança profunda, que tem conseqüência na vida das pessoas. Como eu digo: não se preparar para o desenvolvimento sustentável é não ver que o futuro está nesse caminho.


Mas o Pará continua como mero exportador de matéria-prima. Você pega a pauta de exportações do Pará e ela é toda de minério e madeira, sem nenhum, ou quase nenhum beneficiamento. Quer dizer: há 16 anos se ouve esse discurso de mudança estruturante no estado. Mas você não tem mudança real do perfil produtivo...


Ana Júlia: Está tendo agora. Desde 2007, por exemplo, estamos fabricando vergalhão de aço – e a nossa indústria da construção civil já está utilizando o aço produzido a partir do nosso minério de ferro. Você quer ver mais uma ação estruturante do Governo do Estado? Convencemos o Governo Federal da necessidade de energia elétrica, no leilão de Belo Monte, para os nossos produtores. Então, a bauxita que está saindo de Juruti gera emprego? Gera. Mas está indo para o Maranhão para ser transformada em alumínio. Mas ela vai poder ser transformada em alumínio aqui mesmo no Pará.
Então, com a Alpa (a Alumínios do Pará, siderúrgica que a Vale vai implantar em Marabá) vamos fabricar placas de aço. E propusemos a Vale, e mais para a Aço Cearense, que é o grupo ao qual pertence a Sinobras (Siderúrgica Norte Brasil S/A) que já tem uma fábrica de vergalhão de aço em Marabá, para que se associassem, formassem uma empresa. Elas toparam. Chama-se Alinja a empresa que elas vão instalar e que já vai fazer parte da estrutura da Alpa. Então, não vamos mais simplesmente exportar matéria-prima. Só que a fábrica tem de ser construída, para depois começar a funcionar. Quer dizer: nem que eu seja eleita novamente, vou ver a transformação da bauxita em alumínio. Por quê? Porque vai ter que primeiro fazer a hidrelétrica de Belo Monte - a bauxita só se transforma em alumínio a partir da energia elétrica; ela é um processo eletro-intensivo. Então, levou quantos anos para mudar a base produtiva do Brasil? E mudou de uma região – e nós estamos mudando, agora, no Pará. Aquela história de projeto xis e projeto ipsilon, que estava na propaganda, que tinha nos outdoors... Eu não coloquei nos outdoors – mas ele passou a ser realidade. A regularização ambiental e fundiária passa a ser realidade. O Ação Metrópole saiu do papel e passa a ser realidade. Os infocentros e o sinal de internet livre são realidade. A reconstrução dos hospitais públicos, a descentralização, inclusive, das ações de saúde. E vamos colocar para funcionar, já neste ano de 2010, o acelerador linear do Ofir Loyola, que, quando assumi o governo, estava, há três anos, nos porões da Secretaria de Saúde. Fizemos a obra necessária a essa instalação, uma obra que, desde o projeto, teve de ser acompanhada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. Ela já está na fase final dos testes e, em janeiro, deve ser entregue à população. Quer dizer: nós destravamos o estado do Pará. E o estamos transformando de forma real.


Então, como é que a senhora explica as pesquisas em que, segundo se diz, a sua rejeição estaria altíssima?


Ana Júlia: Eu não brigo com pesquisa. Mas, tem pesquisa pra todo gosto... Tem uma que eu já vi o formulário e que é interessantíssima... Ela faz dez perguntas, todas falando mal de uma liderança política, e outras dez falando bem de outra liderança política. Depois, pergunta: quem você acha que tem de ser candidato a governador? Tem esse tipo, mas, como eu digo, não brigo com pesquisa. Apenas quero dizer que as pesquisas têm a sua importância; não nego isso. E que nós reconhecemos, também, erros. Reconhecemos que foi difícil para o PT assumir um governo na Amazônia, no estado mais populoso e com as maiores complexidades e dificuldades da Amazônia. O Pará não tem UMA prioridade: tem de ter várias. Porque é um estado com tantas situações problemáticas, emblemáticas e conflituosas que temos de atacar várias questões ao mesmo tempo. Então, é assim que eu me sinto: feliz. Respeito pesquisa. Mas, se dependesse de pesquisa eu não seria governadora.


Mas nas pesquisas do PT a sua rejeição é assim tão alta?Ana Júlia: Não, é claro que não. Ela está em quanto?


Ana Júlia: O Ulysses Guimarães já dizia que a política é como nuvem: tá de um jeito hoje, mas, daqui a pouco, está diferente. Então, eu não nego isto: nós também cometemos erros – mas corrigimos os erros. Acho que o importante é você detectar, é você compreender que tem erros, e que precisa fazer de forma diferente.


Quais foram os principais erros, seus e do PT?


Ana Júlia: Primeiro o PT teve dificuldade de ser governo, né? Os militantes do PT foram acostumados, durante muito tempo, a ser oposição. Então, eles têm dificuldade de ser governo. Querem que a gente trate as questões de Estado, muitas vezes, como questões partidárias. Hoje, eu sinto na militância um maior envolvimento, inclusive em querer conhecer melhor as ações de governo. Como o estado é muito grande, ele não quer saber só do município dele. Quer saber dos outros municípios, porque ele sabe que essa é outra mudança significativa do nosso governo: o governo que quebrou paradigmas, que fez com que as políticas públicas chegassem a todas as regiões. Porque quando faço uma política pública como essa, em que vou mudar estruturalmente a região Oeste do Pará; quando vou mudar estruturalmente a região Sul/Sudeste do Pará; quando vou mudar estruturalmente a região Nordeste do Pará com um projeto que vamos anunciar agora em janeiro, que é também de utilização dos nossos recursos naturais, isso, essas mudanças estruturais que estamos fazendo na região, é também um trabalho de manter o Pará da forma como ele está. Porque era natural que as pessoas, nas regiões, nos municípios, se sentissem abandonadas, porque as políticas públicas não chegavam lá. Já reformei e construí mais de 50 delegacias neste estado – em três anos! Quer dizer: a sensação que tenho quando ouço os meus adversários que já governaram este estado durante tanto tempo falar, é que as delegacias estavam maravilhosas, as escolas estavam lindas, os hospitais estavam funcionando muito bem... Em suma: parece que estava tudo super bem e que, no dia primeiro de janeiro de 2007, tudo caiu, tudo desmoronou. Ora, o povo não é bobo, sabe que isso não é verdade. Nós encontramos este estado desestruturado!... Parece até que tinha colete, viatura pra todo mundo, na polícia; que tinha efetivo policial... Meu Deus!...


Mas já há resultados, por exemplo, em termos de indicadores de violência? E, na área de saúde, o que é que mostra uma mudança qualitativa de lá pra cá?


Ana Júlia: Na segurança pública, todos os indicadores mostram, neste ano, a diminuição dos assaltos, com violência, inclusive.

A senhora se lembra de cabeça?


Ana Júlia: Não. Eu posso te conseguir esses dados, sem problema nenhum, e te enviar. Mas, o secretário de Segurança, na última reunião do secretariado, falou sobre isso. E posso te garantir que o número de equipes do Programa Saúde da Família, por exemplo, foi ampliado. Eram pouco mais de 649 equipes – e hoje são 838 equipes, em 137 municípios. Veja bem: botei para funcionar os hospitais. Já temos quimioterapia em Santarém e, a partir de janeiro, vamos ter, também, radioterapia. Como vamos ter em Tucuruí e no Hospital Barros Barreto. Isso é uma coisa concreta, real. E outro ponto para o Governo do Estado: conseguimos qualificar o Ofir Loyola como hospital de referência, um hospital-escola, pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação.


Então, como é que a senhora explica as queixas que vêm, hoje, lá do Ofir Loyola, inclusive da presidenta da AVAO, Ana Klautau?


Ana Júlia: Tem muito mais questões politiqueiras nesse processo do que questões reais. Nós temos, também, os dados de pesquisa das pessoas que são atendidas pelo Ofir Loyola – e tem mais de 80% de aprovação ao atendimento. Eu atendo pessoas do Pará, de parte do Maranhão, do Amapá, de parte do Amazonas e do Tocantins. Ou seja, o Ofir Loyola é uma referência. E tanto é uma referência que agora será um hospital-escola. Veja: estamos descentralizando o atendimento e, a partir de 2010, vamos ampliar a formação de profissionais. E tudo isso é um trabalho que está surgindo agora o resultado. Por exemplo: além de estarmos instalando o acelerador linear, compramos um tomo simulador e um aparelho para braquiterapia, para alguns tipos específicos de câncer. Estamos equipando toda a UTI do Ofir Loyola, com aparelhos de última geração. E o que foi que o INCA, o Instituto Nacional do Câncer, nos disse? Que precisávamos instalar o acelerador linear para eles trocarem a máquina de cobalto mais velha do Brasil, que é a do Pará! Mas por que é que não fizeram nada antes? – ela tem mais de 60 anos!... Então, coube a mim destravar todas essas questões.
Vamos trocar a máquina de cobalto, vamos descentralizar... Por exemplo, o Barros Barreto. Em pouco tempo, logo no início de 2010, as máquinas já teriam condições de funcionar. O problema é que não há recursos humanos. E, apesar de ser um hospital federal, o Governo do Estado é que terá de enviar recursos humanos para lá, para atender oncologia. E não foi só descentralização nessa área oncológica. Por exemplo: hemodiálise. Inaugurei serviços de hemodiálise em Marabá, Ananindeua, Santarém, Altamira, Redenção, Castanhal e Marituba. Lembro que quando inauguramos em Marituba – inclusive uma sala muito grande; são mais de 20 aparelhos de última geração – o deputado federal Wladimir Costa disse que o pai dele faz tratamento de hemodiálise, numa clínica particular. Mas que os aparelhos da clínica particular não são tão bons e tão modernos quanto os que inauguramos em Marituba.


Mas essa é apenas uma ponta da questão. A Sespa, no seu governo, já vai no terceiro secretário – é um nó. A que a senhora atribui esses problemas na Saúde?


Ana Júlia: Você percebe que os problemas na saúde – e a gente assiste isso na imprensa – são nacionais? A primeira questão é esta: foi uma irresponsabilidade dos senadores. Se os três senadores do Pará tivessem votado a favor da CPMF, nós teríamos mais recursos para a saúde. Então, foi, primeiro, irresponsabilidade dos senadores do Pará, de votarem contra ter recursos para a saúde – num imposto que não atinge os mais pobres, diga-se de passagem. E que atinge as pessoas de acordo com o que elas ganham; é um percentual muito pequeno, essa é que é a verdade.


Até que ponto esse nó da saúde pode ser atribuído a essas máfias que historicamente dominam a saúde? Você teve troca-troca de secretários nas gestões tucanas e o PT enfrenta o mesmo problema. Até que ponto esses nós decorrem daí e até que ponto isso foi agravado pela presença do PMDB à frente da saúde do estado?


Ana Júlia: Olha, o problema da saúde é grave, nós reconhecemos isso, mas estamos destravando a saúde. E o que a Sílvia (Cumaru, secretária estadual de Saúde) está fazendo é dar continuidade a um trabalho. Não acredito que seja, vou dizer assim, vinculada direto qualquer situação à presença do PMDB. Seria uma coisa injusta até falar isso. Acho que tem problemas e tem uma concepção de saúde, que é nossa, que é muito do PT, que é o cuidado com a prevenção. Por isso nós ampliamos, de 649 para 838, as equipes do Saúde da Família. Agora, tem oposição, é claro. Imagine isto: um governo que estava há tantos anos, há mais de uma década, quando a gente muda as pessoas, isso tem reação. Como tem reação quando vou fazer regularização fundiária, quando vou fazer regularização ambiental; como tem reação porque a gente cumpre mandados da Justiça, por exemplo, de reintegração de posse, mas não o faz criando mais violência, com outros massacres. Quando assumi, tinham 173 de eu já cumpri mais de 200 mandados de reintegração. Hoje, tem menos de 50.


É muito difícil essa relação do PT com os produtores rurais paraenses, que têm, digamos assim, uma mentalidade arcaica?


Ana Júlia: Olha, eu diria que com uma minoria. Pelo contrário: acho que nós conseguimos quebrar um paradigma e mostrar aos produtores rurais que não apenas não temos nenhum tipo de preconceito, como estamos ajudando a que se regularizem, do ponto de vista ambiental e fundiário, e a melhorar a produção. A GTA (Guia de Trânsito Animal) eletrônica, a nível nacional, foi lançada no Pará e até 31 de dezembro teremos 80 mil propriedades georreferenciadas. Então, pelo contrário: tenho conversado com vários produtores rurais e eles estão muito agradecidos, porque reconhecem que o nosso governo fez o que muitos não fizeram. Hoje, a carne do Pará é referência no Brasil, porque você pode identificar se está tendo desmatamento ou não – coisa que em nenhum local do Brasil há condições de fazer. O governo Lula acabou de assinar um decreto semelhante ao do nosso Cadastro Ambiental Rural, que eu assinei em 2008! Ou seja, as nossas políticas públicas são referência, como é o caso do Navega Pará, que é um dos maiores programas de inclusão digital do país. Vários governos de outros estados já vieram ver como é que a gente está conseguindo levar internet de altíssima qualidade a lugares distantes.


Então, ironicamente, hoje o governo do PT tem mais dificuldade de relacionamento com o MST do que com os pecuaristas?


Ana Júlia: Eu diria que o Governo do Estado conversa com o MST, com a Fetagri, com a Fetraf, com os movimentos sociais. Agora, assim como tem aqueles pecuaristas que extrapolam, também há isso do lado dos movimentos sociais. Então, o nosso governo não discrimina ninguém, mas, não aceita excesso de ninguém. Sou governadora do Estado, tenho de manter a ordem. Tenho de manter a condição de produção daqueles que querem fazer isso de forma legal. Portanto, aqueles que extrapolam, que agem em desacordo com a lei e querem impedir o direito até do cidadão comum, do trabalhador de ir e vir, simplesmente porque o Governo Federal, através do Incra, não resolveu o seu problema, eu também não posso aceitar. A gente tem atendido como nunca antes na história deste estado inclusive a agricultura familiar: temos mais de R$ 20 milhões e mais de 300 convênios com associações, com sindicatos. Já distribuímos mais de 170 patrulhas agrícolas.


A senhora falou em mudar o perfil produtivo do estado e também em preservação. Como é que se encaixa Belo Monte nessa história toda, com todas as críticas a esse projeto, em termos dos males ambientais e sociais que trará?


Ana Júlia: Já defendi Belo Monte e, quando senadora, até escrevi um artigo sobre isso. Mas, em que condições defendi Belo Monte? Defendi Belo Monte contanto que tivesse um projeto de desenvolvimento regional sustentável na região do Xingu – e isso nós conseguimos implementar. Defendo Belo Monte porque a energia hidrelétrica é uma energia limpa, é uma energia mais barata e vai substituir as termelétricas a diesel – essas sim, extremamente poluentes. Estamos fazendo isso, agora, no Marajó: estamos levando a energia da hidrelétrica de Tucuruí, uma energia limpa, para substituir as termelétricas a diesel. E além de defender o plano de desenvolvimento regional sustentável, defendo que todos os impactos de Belo Monte sejam mitigados ou compensados. E tenho defendido, junto às empresas, como defendi junto à Vale – e também em relação a Belo Monte - que quando elas cadastrem as pessoas para trabalhar nessas obras, que exijam que elas morem, no mínimo, há dois anos, no Pará. Já me acusaram de fazer reserva de mercado. E eu disse que, se for para defender o povo do Pará, faço, sim, reserva de mercado. Amo o povo brasileiro. Mas, em primeiro lugar, o povo do Pará.


A senhora tocou na questão do fluxo migratório. Como é que está a relação do Governo do Estado com a Vale, tendo em vista a atividade intensa dessa empresa, o baixo retorno que se tem e o crescimento populacional do Pará, em decorrência dos projetos dela?


Ana Júlia: Olha, a nossa relação com a empresa Vale é muito firme, mas, sem bravatas. Acho que o governo que mais conseguiu extrair da companhia Vale benefícios para o Pará foi o nosso. Conseguimos a concordância e a realização de uma siderúrgica, a Alpa – e eles, inclusive, já entregaram o estudo de impacto ambiental, o EIA/RIMA, à Secretaria de Meio Ambiente. Então, tivemos momentos de dificuldade nessa relação? Tivemos. E teremos sempre que a companhia Vale não compreender a importância do Pará.
Hoje, essa relação melhorou muito, pela firmeza com que o nosso governo tem tratado, mas também com respeito a uma empresa que detém uma parcela significativa da economia. E o que nós queremos é que a Vale se insira na economia paraense, que dê apoio às ações do estado do Pará; que invista, também, na formação de recursos humanos no nosso estado e que essa formação seja feita para o povo daqui.
Como eu falei: fazendo reserva de mercado, sim; exigindo que as pessoas morem e comprovem que moram há, no mínimo, dois anos no Pará. Ou seja, para o povo paraense - os paraenses de nascimento ou de coração. Então, fico muito tranqüila porque tenho uma relação respeitosa com a companhia Vale. E, ao mesmo tempo, uma relação de exigir, de não permitir que, de forma alguma, o Pará seja prejudicado.


Mas, por exemplo, nessa questão da siderúrgica da Vale, o estado do Pará teve de desapropriar o terreno. Como é que pode que o governo ainda tenha de desapropriar terreno para verticalizar a produção, em se tratando de uma empresa com uma isenção tão alta de impostos?
Ana Júlia: Mas nós estamos fazendo uma siderúrgica no interior do estado. Há quantos anos não acontecia um projeto como esse, no interior de qualquer estado brasileiro? Há muito tempo. Estamos trazendo isso porque é uma mudança estruturante no estado. O benefício não é só para Marabá: é para o estado do Pará inteiro - primeira coisa. Segundo, o benefício, é claro, será maior para a região, para todo o Sul e Sudeste do Pará. Então, é natural, assim como há incentivos fiscais para outras empresas que vêm se implantar no Pará. Não estamos dando incentivo só para a Vale. Na verdade, desapropriamos uma área para ser Distrito Industrial. Por quê? Porque acreditamos que aquela região se transformará num pólo industrial, a partir do minério. E não só a Vale, com a siderúrgica, irá se implantar, mas, outras empresas terão o mesmo incentivo. Então, é um incentivo que vale a pena, porque vai gerar milhares de empregos para o povo do Pará. Eu estava em Marabá, fui participar da premiação do Empresário do Ano, e foi anunciado, por exemplo, já graças à atração desses investimentos, um shopping center com duas torres, em Marabá, do mesmo tamanho do shopping Boulevard, inaugurado recentemente em Belém.

Mas não se poderia exigir um pouco mais de contrapartida da Vale?
Ana Júlia: A contrapartida que estamos exigindo é a formação de recursos humanos. Eles participam dessa formação, participam de vários projetos e vão implantar a siderúrgica. Poderíamos trazer essa siderúrgica, por exemplo, para Barcarena, que está bem mais próximo para eles. Mas, por que é que trouxemos para o interior do Pará? Para também internalizar o desenvolvimento, a geração de empregos numa região em que até algumas lideranças políticas falam em separação. Ora, mas se você for ver a “grande” manifestação que teve em Marabá pela separação; a “grande” manifestação de 150 pessoas, isso mostra que isso não é mais uma bandeira do povo. O povo está percebendo os benefícios que está tendo com essa atração de investimento.

Mas a senhora não acha que já existe, na prática, outro estado no Sul e Sudeste do Pará?
Ana Júlia: Para mim tudo é Pará, porque fui votada por todos os municípios do Pará. Então, sou a governadora do Pará. E vou lutar pra ter o Pará. E vou levar as políticas públicas ao Pará todo, porque esse é o problema. Por que é que as pessoas se sentiam abandonadas? Por que ninguém brigava como eu briguei para que os delegados, os escrivães que passaram no concurso fossem para o interior. Todo mundo fazia aquele famoso QI, aquela famosa... “Ah, não, esse daqui é filho de não sei quem”. E ficava todo mundo aqui por perto e os interiores ficavam sem. Mudamos esse paradigma: estamos levando as políticas públicas a todas as regiões do estado. Porque não é paraense só quem mora na Região Metropolitana de Belém. Aqui tem a maior concentração por metro quadrado: dois milhões de paraenses. Mas tem 5,2 milhões de paraenses distribuídos neste imenso Pará. Então, tenho de levar o desenvolvimento também para essa população.
E tem mais: a riqueza mineral está naquela região, principalmente. Então, temos de respeitar isso e devolver, também, o desenvolvimento que veio dessa riqueza. Sou funcionária do Banco do Brasil. Quando assumi o Banco do Brasil, há 27 anos, assumi em Itaituba. Fui para o interior porque acho que quando você é servidor público tem de pensar que a sociedade tem direito às políticas públicas. Por isso é que levamos água aqui para as ilhas, por isso é que temos o programa Rios de Saúde, que já atendeu a mais de 70 mil pessoas. Aqui, na região das ilhas, em Jutuba, Jurubuoca, inaugurei, junto com Dom Orani, água, a partir da captação de água da chuva, para uma população que não tinha água potável, nem perspectiva de ter. Quando cheguei à última que inauguramos, a Urubuoca, lembro que a felicidade das pessoas era porque as crianças já não ficavam doentes. É claro que, para alguns, pode parecer pequeno reconstruir uma escola, uma delegacia, criar oportunidades para as pessoas, como estamos criando, em todas as regiões.
Mas, para aquele povo, para aquela mãe, por exemplo, que tem quatro filhos, que coloca dois filhos de manhã e dois filhos de tarde para usar a mesma roupa, porque não tem dinheiro para comprar uniforme para todos eles, e que de noite vai lavar a roupa para botar para secar, para eles usarem no dia seguinte, uma política pública como a do kit escolar é importantíssima.

Mas o kit não poderia ter sido feito sem uma irregularidade que acabou indo parar no Ministério Público? Por que não licitar o kit? Foi pressa de fazer antes do ano eleitoral de 2010?
Ana Júlia: Olha, não tem nada a ver com pressa de ano eleitoral, até porque nós decidimos em 2008 – portanto, no final da metade do meu mandato; então, muito longe de questão eleitoral. E a minha ex-secretária de Educação (Iracy Gallo) utilizou como referência uma licitação da Comunicação. Não tenho nenhum problema que o Ministério Público investigue, mas, não tenho dúvida de que não tem irregularidade. Pode ter discussão da forma.
Tanto que determinei à nova secretária que era melhor atrasar um pouco a entrega dos kits, mas fazer de outra maneira, para não criar essa polêmica se podia ou não podia usar essa licitação – uma licitação que existiu e é referência para o Estado. Então, não é um processo sem licitação. E o ex-assessor jurídico da ex-secretária achou que poderia ser utilizada. Foi um entendimento jurídico, na época da ex-secretária de Educação.

E o que pensaria a senadora Ana Júlia Carepa se visse este procedimento: o uso de uma licitação de propaganda, para a compra de material escolar? Como veria a senadora Ana Júlia Carepa uma situação dessas?
Ana Júlia: Olha, eu iria logicamente verificar se realmente aquele material teria servido para Comunicação, que foi esse o princípio que ele utilizou, e veria se teria algum tipo de má-fé – ou não. Ou se seria apenas a utilização de numa licitação para agilizar um processo. Mas, considerando que é uma questão polêmica, o que é que determinei? Façam de outra forma. Ponto. Aí nós não vamos mais ter esse tipo de polêmica. Agora, não vou é deixar de ter o uniforme para os jovens e as crianças. E esse ano vamos fazer diferente: vamos fazer material escolar e uniforme – caderno, lápis, coisas que os jovens e as crianças precisam e que os pais agradecem muito, quando a gente fornece. Sabe por quê? Porque a maioria precisa. Essa história que eu conto, da mãe, não fui eu que inventei: foram mães que vieram contar pra mim, agradecidas. Então, esse tipo de política, que recupera políticas públicas, e que, ao mesmo tempo em que faz essa recuperação, planta, de forma concreta e decisiva mudanças do modelo de desenvolvimento neste estado, é isso que está acontecendo.

A senhora diz que o Governo do Estado está transformando o Pará, mas a sua rejeição é alta. Então, de quem é a culpa? É da imprensa?
Ana Júlia: Não coloco a questão de culpa. Mas, é óbvio que quando você tem um governo que setores da imprensa só querem mostrar o negativo no estado; quando tem pessoas que estavam encasteladas no poder; quando tinha um governo anterior, que se preocupava muito com poucos e se preocupava pouco com muitos, é claro que essa preocupação de muito com poucos beneficiava aqueles que têm poder, outro tipo de poder na sociedade. Então, é natural que sofra reação o meu governo. Mas, quero lhe dizer que essa questão de “tem rejeição”...
Primeiro, que o que a gente tem não demonstra ser tudo isso. Pelo contrário: demonstra que estamos melhorando; estamos muitíssimo bem avaliados, inclusive em várias regiões do estado. Segundo, é lógico que precisamos comunicar melhor. Nós reconhecemos erros; não sou uma pessoa que não reconheça que também cometemos erros no meu governo. Não foi só na comunicação – esse é um dos erros. Então, agora mesmo fizemos mudanças na área de Comunicação, mudanças na Secretaria de Governo e em várias secretarias.
Não tenho dúvida de que o resultado dessas mudanças está acontecendo. Vou entregar 26 infocentros de presente para o povo de Belém. Vou entregar cinco áreas públicas em Belém com sinal livre de internet. Vou entregar, no Guamá, dois mil títulos de autorização de uso da terra, que é uma parceria com o GRPU, mas que só é possível porque o Governo do Estado fez esse convênio, através do qual contratei pessoas – e um trabalho que o GRPU ia levar dez anos para fazer, ele está fazendo em menos de dois. Então, são políticas públicas que estão mudando a vida das pessoas. Vi, no final de 2007, no início de 2008, prefeitos que estavam numa situação de pesquisa muito pior do que a nossa – mas muito pior! – que foram reeleitos. Então, pesquisa é algo que você tem de ter como referência. Mas ela não é absoluta.

Mas muitos desses erros que a senhora admite não decorreram do fato de a senhora pertencer a uma corrente que não é majoritária no PT? A senhora não se deixou guiar demais pela DS (Democracia Socialista)?
Ana Júlia: Não. Acho que o meu acidente foi mais prejudicial, porque, no meu primeiro ano de governo, eu não podia quase andar no estado, não podia estar fiscalizando todas as obras. Fiz duas cirurgias, fiquei muito tempo na cadeira de rodas; utilizo uma prótese e até hoje tenho limitações. Então, acho que essa questão... A inexperiência, lógico, do PT em governar um estado desse tamanho não foi de uma tendência ou outra, mas, a nível geral.

Mas não houve dificuldade de relacionamento da DS até mesmo com as outras correntes do PT?
Ana Júlia: Não creio que essa dificuldade é que tenha levado ao cometimento de erros, porque eles independeram de correntes políticas. Pessoas da minha tendência política também cometeram erros e saíram do governo. Portanto, essa questão é absolutamente irrelevante.
A senhora nunca pensou em sair da DS?
Ana Júlia: Não.
Por quê?
Ana Júlia: Porque é a minha corrente, a corrente com a qual me afino. Agora, todas as pessoas do meu governo, inclusive da DS, sabem o seguinte: tenho tratado as políticas públicas de uma forma acima de correntes. Como a própria saúde pública: briguei com pessoas, pessoas da minha corrente política ficaram chateadas comigo. Por quê? Porque eu disse o seguinte: agora, a saúde pública não vai ser de partido nenhum. Ela vai ser algo que vou olhar com a atenção necessária, como uma mãe. Uma mãe que está com o filho doente, porque a saúde pública é algo que está realmente com muita dificuldade. Então, o filho doente tem de estar do lado, olhando o tempo todo. E nós estamos tirando esse filho da UTI, ele já está na enfermaria, já está para ter alta. Não que ela não enfrentará dificuldades.
Olhe a situação do município de Belém e de outros municípios que já têm gestão plena: todos enfrentam dificuldade. Repito: a irresponsabilidade dos senadores do Brasil e de todos os paraenses que votaram contra recursos para a saúde contribui para a situação difícil da saúde pública. Mas, estamos mudando inclusive a concepção. Quando crio, pela primeira vez na história do Pará, um programa de apoio à Atenção Básica em que repasso recursos fundo a fundo aos municípios, estou ajudando a melhorar isso. Porque eu posso construir uma nova Santa Casa, como vou fazer; posso ter dobrado os leitos de UTI neonatal, como dobrei da Santa Casa; posso ter construído uma UTI adulto, como construí na Santa Casa, com aparelhos que grande parte dos hospitais privados do Pará não têm; posso ter criado um centro obstétrico na Santa Casa, mas 90% do sucesso do nascimento de um bebê depende do pré-natal. E quem faz o pré-natal é o município. E, reconhecendo a dificuldade dos prefeitos, resolvi colocar dinheiro direto na conta deles, independente se ele está inadimplente ou se é de partido A, B ou C.

Não é complicado ter na linha de frente do seu governo pessoas como o seu marido e o seu ex-cunhado?
Ana Júlia: Não. Acho que ninguém pode ser condenado – um militante político, um quadro político do nosso partido – porque, há doze anos, foi casado comigo. Acho que isso seria um absurdo. O que há é que algumas pessoas talvez quisessem que eu colocasse um militante do PSDB, do DEM. Mas, o meu governo é do PT e dos aliados. Então, não vou colocar quadros políticos de outros partidos. Aliás, todos os meus secretários, inclusive os novos, têm tido um papel importante, estão à frente de secretarias com projetos estratégicos. Então, isso daí é o mais profundo preconceito. Tenho documento do Ministério Público dizendo que sou a governante deste estado que mais combateu o nepotismo. Agora, como eu disse: não posso condenar um militante, um quadro do meu partido, deixar de aproveitar no meu governo uma pessoa competente simplesmente porque, há doze anos, ele foi casado comigo.

E como é que a senhora vê essas acusações de que, na verdade, são o seu ex-marido e o irmão dele que mandam no governo?
Ana Júlia: É mais um preconceito daquelas pessoas que não conseguem aceitar que é uma mulher que manda no Governo do Estado. Existe uma visão extremamente preconceituosa, porque nesta área, na área política, do poder, temos as mulheres em minoria. A política ainda é uma área onde o poder masculino prevalece. Então, existe um preconceito muito grande. Olhe: homem no poder, quando ele tem duas, três, quatro, cinco mulheres todo mundo aplaude, acha lindo e maravilhoso – a demonstração de que o cara é bom mesmo, né? Agora, uma mulher, porque um ex-companheiro... Não, aí é porque “fulano está mandando”. Quer dizer: não conseguem entender que quem manda neste estado é uma mulher, uma mãe, uma trabalhadora, uma arquiteta, uma bancária que ganhou o Governo do Estado e que está fazendo um trabalho de cuidar, em primeiro lugar, dos seres humanos, sem esquecer de transformar o estado do Pará.

Como é que está a relação do governo com o PMDB? Ainda dá para recuperar essa aliança?
Ana Júlia: Olha, num casamento a gente tem momentos muito bons e maravilhosos e tem momentos difíceis. Eu acho que a gente está num momento difícil. Não posso dizer que é um bom momento. Mas, por outro lado, também é um momento em que a gente está discutindo a relação (risos). É um momento em que estamos conversando. E o meu papel, neste momento, é dialogar com o PMDB. É dizer ao PMDB que o melhor para o PMDB é ficar conosco, porque há as mudanças que estamos implementando e que o PMDB também quer implementar no estado do Pará. Agora, é claro, vamos respeitar qualquer que seja... E vamos nos preparar para qualquer cenário. Mas a minha função, o que eu vou fazer, é o máximo possível fazer a aliança mais ampla. Vou trabalhar para isso.

Mas não seria complicado ter o PMDB como vice da sua chapa? Não seria uma espada apontada contra a senhora pelos próximos quatro anos?
Ana Júlia: Eu não me preocupo se... quem quer que seja de vice. Eu quero fazer uma chapa o mais ampla possível, onde o PMDB esteja representado na chapa majoritária, junto com o PT – e, se possível, outros partidos, também representados.

Mas o PMDB está batendo o pé pela vice...
Ana Júlia: Se for... Veja bem: quaisquer que sejam as funções em que o PMDB esteja, ele estará apoiando esse projeto de mudança no Pará. Então, nós estamos indo no mesmo rumo, na mesma direção. Isso é muito bom, não é negativo. Em qualquer lugar da chapa majoritária que esteja o PMDB, será bom para aqueles que querem que as mudanças continuem acontecendo no nosso estado. Porque assim como tem algumas lideranças que vêm conversar comigo, que querem logo fechar aliança, que ficam torcendo para fechar a aliança, até porque eles se lembram de que forma eles eram tratados em outro governo.
Mas a senhora prefere um vice do PR, por exemplo?
Ana Júlia: Eu prefiro que a nossa chapa seja uma chapa ampla. E isso não é uma concepção minha: é uma defesa do PT. Estou defendendo uma chapa ampla, mas o PT tem defendido que seja uma chapa ampla, também, e que se contemple mais do que dois partidos na chapa majoritária.

Mas a senhora, com vários anos de política, vinda desde a vereança, vendo essa questão toda, a senhora acha que é possível ter do mesmo lado PMDB, PR e PTB, com todas as divergências que eles têm demonstrado?
Ana Júlia: Claro que é possível! Todos fazem parte da base de apoio do meu governo, como fazemos parte, todos, da base de apoio do governo Lula. Então, é possível.

A senhora não acha difícil administrar essa fome, esse lado espaçoso do PMDB?
Ana Júlia: Olha, eu te diria o seguinte: o PMDB e o PT são partidos grandes. Não são hegemônicos na sociedade, mas, têm representatividade. Quem confere essa representatividade, tanto ao PT quanto ao PMDB é a sociedade. Nenhum dos dois é hegemônico, certo? Têm mais ou menos o mesmo tamanho. Então, é natural um certo conflito, uma disputa. Não se trata de apetite: é disputa por espaços de poder. É uma disputa que eu reconheço como natural do processo político. Porque as pessoas acham que quanto mais ocupam espaços, mais condições têm de fazer a política para o seu partido político. Porque o fato de estar aliado com outro partido não faz com que o partido perca a identidade. Por exemplo: o PMDB está aliado conosco, mas não perde a sua identidade, como também o PT está aliado com o PMDB não só numa série de estados, mas, de municípios do Pará. Em vários municípios paraenses, o PT é vice do PMDB, ou tem espaços na administração. E o PT, também, não perde a sua identidade. Então, essas disputas muitas vezes acontecem pela tentativa de cada um tentar ser mais hegemônico que o outro. Mas eu vejo isso com naturalidade.

Mas o PMDB se queixa que o PT acha que ele só quer cargos, quando, na verdade, os peemedebistas querem é trabalhar. Para o PT, para a senhora, o PMDB só quer cargo?
Ana Júlia: Não, não acho isso. O PMDB administra áreas importantíssimas no meu governo e áreas que andam muito bem, como Habitação, Saneamento, como o Hemopa, a Jucepa – muito bem administrada – a Ceasa, o Detran. Então, seria um absurdo dizer uma coisa dessas. E eu não creio que ninguém do PT diga isso.