terça-feira, 6 de outubro de 2009

A desfragmentação do interesse da juventude pelas lutas sociais

A juventude é um tema cada vez mais presente na sociedade contemporânea, tanto nos espaços acadêmicos de discussão e investigação como nas agendas para o desenvolvimento de políticas públicas. Para começarmos um debate mais amplo é necessário percebermos que a herança social de luta, que recebemos das gerações que nos antecederam e tinham no socialismo o ponto de partida e norteador dos debates, não é mais a força motriz da juventude. E que a exemplo do que foi o movimento político nascido em junho de 1962, denominado AÇÂO POPULAR, resultado da atuação dos militantes estudantis da Juventude Universitária Católica (JUC) e de outras agremiações da Ação Católica, tinha no “socialismo humanista” seu referencial ideológico.

Nos dias de hoje a juventude tem se aglutinado por uma variedade de outros temas e a afinidade se dá através do estilo de vestuário (hip-hop, skate, surf), musica (pagode, country, brega), religião (católico, protestante, afro-religioso), regionalidade, etc... Esta não mais esta atrelada às ideologias político-sociais como em gerações anteriores.

Isto tem sido um dos motivos que tem levado à dispersão da luta cotidiana pela construção de uma sociedade mais “JUSTA E IGUALITARIA”, talvez seja por que nos dias de hoje bandeiras como “luta pela democratização do estado brasileiro”, já tenham sido alcançadas, o que tem levado a juventude, salvo algumas exceções, para um engessamento social. O caminho que temos que seguir é perceber que ainda temos muito a conquistar, seja no campo de políticas sociais ou na busca de uma nova identidade de luta dentro da sociedade. Essa busca tem uma pergunta que deve ser feita: “O que é ser jovem no Brasil hoje?”.

Quando fazemos esta pergunta percebemos que ainda temos muito que avançar, e muito pelo que lutar. O jovem no Brasil sofre uma investida voraz do capitalismo, seja pela falta de empregos e renda, seja através da violência urbana e rural, superlotação dos cárceres que ceifam qualquer chance de reabilitação à vida em sociedade ou pelo processo de marginalização histórico ao qual a juventude foi submetida, vista ainda hoje como uma “fase de irresponsabilidade e de ócio”.

Uma luta que temos que travar em nossa geração é a de tornar o jovem como sujeito ativo do processo político-social do país afim de que seja o proponente de políticas publicas que atue de forma significativa nos movimentos sociais que tenha em seus atos, tanto isolados ou coletivos, o sentimento de mudança e avanço da sociedade Brasileira.

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