segunda-feira, 6 de abril de 2009

UEPA: a defesa da JPT/Pa pelas cotas sociais e raciais

A luta está endurecendo. A Secretaria Estadual de Juventude do PT/Pa no último dia 03 de Abril (sexta-feira), aprovou moção a favor das cotas na Universidade Estadual Pará. Foi uma atitude muito mais do que acertada! Não devemos esquecer nunca da batalha que foi para conseguirmos eleger um governo popular. Foi uma vitória de luta em décadas.

Agora, alguns desafios vem à tona, à luz do veto dado às cotas em 2007: que vamos falar aos movimentos sociais que nos apoiaram para chegarmos ao poder e que mantiveram por todo esse tempo a expectativa de que as reinvindicações seriam atendidas? Será que vamos ter que esperar chegar o ano das eleições para dizermos que somos à favor da luta dos negros, para após isto lembrarmos que devemos traçar políticas fortes a fim de "pagar a dívida histórica com os afrodescendentes"? E a classe pobre, que sempre foi duramente saqueada pela elite brasileira, como poderá melhorar suas condições se o muro da educação ainda se encontra alto (ainda que indicadores nacionais demonstrem um maior acesso comparativamente aos governos ultra neoliberais)?

Por conta de tudo isso, o movimento negro deve estar chateado e ainda desapontado com o Governo do Estado referente às cotas. Não tenho dúvidas. A resposta por parte do nosso governo, ainda que venha, virá atrasada. Mas será bem aceita.

A Secretaria Estadual de Juventude do PT/Pa (ou pelo menos parte desta) se coloca à favor da luta pelas cotas sociais e raciais na UEPA de maneira extremamente corajosa, o que deveria mesmo ser algo natural, uma vez que (recordando 2006) andávamos com vários adesivos dos negros grudados na roupa durante a campanha e isso é um compromisso com a história de escravidão e opressão ao negro. Precisamos na verdade, mobilizar a base juvenil que se identifica com as cotas e até aquela que não se identifica e abrirmos o debate no que isso poderá servir para mudar o quadro de distorções raciais e sociais forjadas ao longo de muitos anos.

No Brasil, a transformação tem que começar pela educação. Por isso é que devemos dar oportunidade aos que sempre foram excluídos do que de mais transformador e revolucionário pode haver, que é o conhecimento (e claro, o acesso a ele, vem primeiro).

Acredito que as cotas tardarão, mas virão. Depende do compromisso com a história!

(Michel Rodrigues)



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